sábado, 27 de novembro de 2010

Anjo.


Eu quero que você me entenda e me perdoe por ser assim tão complicada; quero que me abrace longo, apertado; quero que me afague o cabelo, me olhe nos olhos, diga que não vai, não vai nunca... Não importa o quanto eu me debata, o quanto eu não me permita; quero que você desarme minha aspereza com carinho, me ensine a sentir inteira, a me entregar; quero que você me enlouqueça, que me mime, que me priorize, que me deseje, me elogie, me AME! Me ame tanto que eu não tenha outra saída a não ser te amar de volta.
Eu queria que você pudesse fazer tudo isso; eu queria mas não posso te ensinar a ser o cara dos meus sonhos, porque ele já nasce pronto. E só o fato de eu ter que te mostrar o caminho já estraga o sonho. Além do mais, o cara dos meus sonhos jamais me machucaria tanto.
Eu não quero nada de você. Eu quero meu cara dos sonhos.
Se ele não chegar eu continuo sonhando. É mais feliz que se enganar.

Acho que vou comprar um gatinho; pra dar amor enquanto espero receber o meu.
Vou chamar ele de anjo.

Eu não sei amar.

(...) Estou me transformando aos poucos num ser humano meio viciado em solidão. E que só sabe escrever. Não sei mais falar, abraçar, dar beijos, dizer coisas aparentemente simples como “eu gosto de você”. (...)
Perdoem o silêncio, o sono, a rispidez, a solidão. Está ficando tarde, e eu tenho medo de ter desaprendido o jeito. É muito difícil ficar adulto. {Caio F. Abreu}