sábado, 13 de agosto de 2011

Você, por mim.

Descobri em você um tipo raro de pessoa. Daquelas que é por fora o espelho de seu interior, que trazem explícito no rosto e no corpo a beleza que possuem por dentro.
E você é lindo, desde o formato da boca até às expressões fortes do olhar. E tem um jeito único de sorrir e de arcar as sobrancelhas e de falar doce, carinhoso quando menos se espera e ter pequenas explosões quando tão pouco se espera também.
Mas esses seus detalhes eu só descobri com o tempo. Demorou, porque eu tenho, e você sabe, a mania de tentar entender e racionalizar tudo, tentando adivinhar o que se passa dentro das pessoas. Além das aparências. E, você sabe também, que quase nunca consigo descobrir suas verdadeiras intenções, porque eu confio e me engano fácil. Tenho uma ingenuidade que vive me traindo e trazendo decepções que poderiam ter sido evitadas com um pouco mais de esperteza de minha parte.
Demorou também porque você não é o tipo de cara que me atrai fisicamente. Mas eu esqueci que esse tipo de cara que eu idealizo perde pro cara que me deseja e faz sentir especial. E minhas defesas abertas, certas de que não havia perigo algum, foram facilmente transpassadas pelo seu envolvimento. E no fim, você acabou mudando o perfil que me atrai, o que de certa forma foi uma evolução forçada, mas ótima.
Demorou, mas foi convivendo com você que aprendi que os fortes por fora podem ser delicados por dentro. Até sensíveis, e pessoas boníssimas. Mas essa sua força, eu sei, é reflexo de uma personalidade também fortíssima. Que vem acompanhada de uma teimosia quase irritante, que te faz estar sempre certo e ai de quem disso discordar.
E quando eu te olho de longe, demorado, você me olha de volta e sorri tão carinhoso. E eu quase acredito que você gosta mesmo de mim, que se importa e me quer por perto também. E me esqueço que você nunca me deu esse olhar demorado, admirando... E esqueço que não leva a nada romantizar cada gesto de um homem, sabendo que na verdade não passam de gestos automáticos que na maioria dos casos não tem significado algum. E que adorar assim seus movimentos e esperar tanto de quem não pode oferecer recíproca e se ferir gratuitamente, é burrice. E quem disse que nosso coração é inteligente, né? E deve ser o meu cérebro brigando o tempo todo com o meu coração que me fazem parecer tão maluca, como você tanto diz que sou.
E você está sempre cheiroso, e arrumado, e educado. E tem todas as mulheres do mundo pra escolher. E eu me pergunto o porquê. Porque justo eu? Tantas meninas mais leves, sorridentes e menos complicadas, esperando por relacionamentos descompromissados e que achariam uma excelente ideia se divertir ocasionalmente com você. Mas não, tinha de ser eu. E apesar de minha necessidade de carinho, e falta de experiência, e bobice inerentes, alguma coisa te fez me olhar diferente desde o primeiro dia que nos vimos.
Quando nos conhecemos mas ainda não nos falávamos eu percebia seu olhar em mim em várias ocasiões e me perguntava: o que esse Homem, assim com 'h' maiúsculo mesmo, vê em uma menina como eu? Eu sei que você um dia me disse isso, e eu falei não ter percebido. Puro charme, mania de manter meu mistério.
E eu pareço tão frágil perto de você, como se o seu abraço pudesse me quebrar no meio. Mas eu adoro isso, porque me faz sentir tão protegida.
E eu acho nossas personalidades muito complementares. Acho também que você gostaria muito de mim, se me permitisse mostrar. Porque eu estou sempre me esforçando para não me envolver e manter as coisas como estão: leves e descompromissadas. E é um esforço admirável da minha parte, porque exige uma força e frieza tremendas. Como se eu camuflasse e diminuísse meus sentimentos, só pra você não se assustar e sair correndo e desaparecer.
Quando eu penso que tudo bem, agora ele cansou de mim, e vai voltar pras meninas leves e descompromissadas, lá me aparece você de novo, me fazendo carinho, me fazendo sentir especial outra vez. E depois você e eu agimos como se nada tivesse acontecido, como se não acontecesse o tempo todo. E eu fingindo que te gosto um pouco e ás vezes, como se não gostasse muito e o tempo todo. E olha que no início eu te quis por uma distração, como se eu não soubesse o quão fácil me envolvo com as pessoas. Mas eu não esperava que você fosse ser tão especial.
E agora? Agora eu não sei o que pensar mais.
Porque um dia desses eu senti de perto a sua respiração e me peguei amando o seu cheiro. E peguei você também com ciúmes bobos. E fiquei tão feliz, tão sem motivo.
E depois você sumiu, como sempre, e foi sair com uma amiga sua que é, provavelmente, leve, menos complicada e mais 'fácil' que eu.
E eu passei o dia lendo, comendo Nutella, e dizendo pra mim que chega. Você é lindo, interessante, boa pessoa... mas chega. Ah, você adora gatos também e me ouve com tanta preocupação e me trata com tanto carinho, mas chega mesmo assim. Chega, chega, chega.
E eu estou me sentindo uma idiota de estar escrevendo um texto tão longo pra você. E espero que você nunca leia isso, sob o risco de te assustar e perder pra sempre. Mas eu tive de desabafar o que já não cabia dentro de mim.
Agora que eu esvaziei você daqui de dentro, quem sabe eu não consigo ser leve, descompromissada e fácil como qualquer das meninas que te ajudam a passar o tempo ocioso, né?
Mas esquece isso, eu nunca gostei mesmo de você. E você nem é mesmo o meu tipo. E eu nem ligo de você nem ligar pra mim. E você nem é tão bom assim.
E eu aposto que existem caras tão carinhosos e com o bumbum tão perfeito quanto o seu aos montes por aí. Só espero que eles sejam espertos o suficiente pra não me deixar ir embora, como você fez.
Mas eu vou continuar gostando muito de você, sem me apaixonar, do jeitinho que você me ensinou a fazer. :
)

Um comentário:

Cristiana Drumond disse...

muito lindo seu texto e seu blog
seguindo aqi :*
http://cafecomversosavulsos.blogspot.com/